87% da comunidade global acredita que precisamos da ciência para resolver os problemas no mundo
No meio da esperança para aquilo que a ciência pode fazer pelo futuro, o ceticismo pela mesma cresceu. Estas são uma das principais conclusões do estudo realizado pela 3M, com o objetivo de analisar a perceção atual da população global em relação à ciência.
O estudo revela que 87% da comunidade global acredita que precisamos da ciência para resolver os problemas no mundo, e a maioria acredita que os melhores dias da ciência ainda estão para vir (62%), no entanto, o ceticismo sobre a ciência cresceu 3% globalmente desde o ano passado, com cerca de metade dos inquiridos a afirmar que só acredita na ciência que se alinha com as suas crenças pessoais (45%).
O estudo aponta para os desafios e oportunidades para aumentar a valorização pela ciência. Aproximadamente três quartos (70%) das pessoas raramente pensaram sobre o impacto da ciência na sua vida quotidiana e mais de metade acredita que a ciência causa tantos problemas quanto aqueles que resolve (53%). Uma grande maioria relata que a ciência os faz sentir curiosos (72%), contra os 18% que se sentem indiferentes e os 10% que se sentem intimidados. Enquanto 85% dos inquiridos admite saber pouco ou nada sobre ciência, a mesma percentagem desejava saber mais.
O interesse da ciência é alimentado pelo interesse humano
O State of Science Index sugere que conectar os pontos entre a ciência e o seu impacto positivo na humanidade é um fator importante para levar ao interesse e apoio à ciência.
“A maioria das pessoas vê a mesma oportunidade na ciência, como nós vemos todos os dias na 3M. O mundo precisa da ciência mais do que nunca para ajudar a resolver os desafios mais difíceis que o planeta enfrenta.” afirma Mike Roman, Chief Executive Officer da 3M. “Ao mesmo tempo, a ciência precisa de defensores que se possam unir para mostrar como esta área faz a diferença na vida das pessoas. Na 3M estamos a fortalecer o nosso compromisso de criar um mundo melhor, através das nossas capacidades tecnológicas, enquanto inspiramos os outros a perceberem o poder da ciência, incluindo o nosso investimento significativo na educação STEM. Há quase 50 anos, que a 3M cria e financia programas para apoiar a educação STEM, promovendo a equidade STEM e a desenvolver a força de trabalho de amanhã.”
Aqueles que indicaram estar interessados na ciência, estão mais propensos a ficar fascinados porque acreditam que os avanços científicos vão beneficiar as gerações futuras (59%); que a ciência vai resolver a maioria dos problemas mundiais (42%); e que a ciência vai ajudá-los a ter uma vida mais longa e saudável (40%). Grande parte das pessoas (87%) também estão animadas – sem receio dos avanços médicos que eliminem doenças crónicas como o cancro e pelo futuro da exploração do espaço (71%).
Avaliação dos cientistas
Assente em como tornar a ciência e os cientistas mais interessantes universalmente, o estudo revela uma oportunidade para quebrar barreiras para a compreensão e apreciação da ciência. As primeiras barreiras são a acessibilidade e identificação, ambas podendo ser resolvidas através de melhores práticas de comunicação. A grande parte dos inquiridos concordam que os cientistas devem tornar a ciência mais acessível ao quotidiano das pessoas (84%) e falar sobre ela de uma forma mais fácil de entender (88%). Além disso, 80% dos inquiridos estão mais propensos a acreditar em informação vinda de alguém que trabalhe no campo científico do que serem céticos em relação a esta mesma fonte, mas mais de metade (58%) acredita que os cientistas são elitistas, o que representa uma desconexão entre a forma como os cientistas estão a comunicar hoje em dia e a forma como eles são entendidos.
“Todos beneficiamos da ciência, mas é preciso uma comunicação efetiva para tornar a ciência mais acessível”, comenta o Dr. Jayshree Seth, PhD, Corporate scientist e chief science advocate na 3M. “Sabemos que a comunidade científica faz um excelente trabalho a comunicar entre si, mas o mundo precisa de cientistas que falem sobre a importância do seu trabalho destacando os benefícios para a sociedade. Ao tornar a ciência mais percetível, podemos reduzir o ceticismo e o medo de ajudar a promover uma nova geração de cientistas e defensores da ciência. Estou confiante nas pessoas que acreditam nos cientistas e dos 85% das pessoas que gostavam de saber mais sobre ciência. Mas com o ceticismo sobre a ciência a aumentar em todo o mundo, este é o momento de fazer algo e apoiar a ciência.” – conclui o responsável.
Humanização Vs. Tecnologia
Continuando dentro do tema do interesse humano, o estudo descobriu que a maior parte das pessoas valoriza mais os seres humanos do que a inteligência artificial. O inquérito colocou um conjunto de questões para determinar a preferência das pessoas por ligações humanas ou digitais. Quase todos (87%) escolheria fazer 5 novos amigos “reais” do que ter 5.000 novos seguidores nas redes sociais, 64% optava por ter um carro normal ao invés de um carro autónomo e 74% preferia ter um assistente humano em vez de um robot.
A Inteligência Artificial gera algum receio sobre o papel da ciência e da tecnologia no futuro, mais de metade (52%) dos inquiridos sentem-se emocionalmente ameaçados com a ideia de ter robots no seu trabalho. A clonagem humana (77%) e a alteração de genes (65%) são avanços que também geram receio.
“O State of Science Index deste ano revela que muitas pessoas em todo o mundo são céticas em relação à ciência, mesmo quando os avanços na tecnologia tentam impulsionar mudanças positivas na sociedade,” diz John Banovetz, Chief Technology Officer da 3M. “Quando pensamos em comunicar melhor as descobertas científicas e o seu potencial impacto positivo, precisamos de nos concentrar nos benefícios para a humanidade e mostrar como a ciência e a tecnologia melhoram a vida. A promessa da ciência é que podemos enfrentar os desafios globais mais difíceis e ao fazermos isso, criamos um futuro mais brilhante, mais produtivo e mais saudável para a próxima geração.” – conclui.
Metodologia do estudo
Uma empresa de pesquisa global independente conduziu o estudo de 14.025 adultos em 14 países entre 13 de julho e 10 de setembro de 2018. O estudo foi realizado a partir de uma combinação de entrevistas online e offline. Aproximadamente 1.000 pessoas com mais de 18 anos foram entrevistadas em cada país. Países incluídos no estudo: Brasil, Canadá, China, Alemanha, Índia, Japão, México, Polónia, Singapura, África do Sul, Coreia do Sul, Espanha, Reino Unido e Estados Unidos. A amostra para cada país foi representativa com base em idade, sexo, região e raça/etnia (quando aplicável). No nível de confiança de 95%, a margem de erro para o total global de 14 países é de +/- 0,83 pontos percentuais.
Notas metodológicas adicionais
Qualquer referência a mudanças globais nos dados ao longo de um ano (por exemplo: aumentos ou diminuições desde o ano passado) é derivada da média dos mesmos 12 países incluídos na pesquisa em cada ano, que são o Brasil, Canadá, China, Alemanha, Índia, Japão, México, Polónia, Singapura, África do Sul, Reino Unido e EUA.
Não foram feitas perguntas que mencionassem género na Índia.
* O asterisco indica que os dados citados excluem as respostas “prefiro não responder”.
Os dados completos do estudo podem ser encontrados em (Link).
Acerca da 3M
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